Opinando

Guess Connect: Glamour e labreguice juntas

Qualquer pessoa conhece ou já ouviu falar da Guess, mas os tempos estão a evoluir no sentido da tecnologia e a marca quer manter a sua presença entre as principais tendências. Os wearables deixaram de fazer parte dos gadgets de desporto e passaram a ter um lugar no dia-a-dia, com as marcas a melhorarem cada vez mais o design.

O aspecto do mais recente smartwatch da Samsung lembra um Swatch, a Huawei já tem braceletes de metal há mais de um ano, assim como a Motorola, mas e para quem continua a gostar do relógio analógico?

A G-SHOCK e a CASIO já têm opções para quem gosta desses relógios, mas não são muito apelativos para o público feminino [pelo menos a mim não me convencem, especialmente porque tenho o pulso muito fino e acaba por parecer que tenho um escudo no braço].

Por todo o lado, a roupa de elevada qualidade [e preço] da Guess deixa mulheres a suspirar enquanto olham para uma revista, um site ou até uma loja [quem sabe, onde entraram só para espreitar porque comprar é só para algumas sortudas] e no mundo dos relógios vão conseguir o mesmo, pelo menos entre as mulheres que estão interessadas um relógio inteligente.

O Guess Conect permite ver as horas [algo em que a maioria dos relógios é bastante eficaz] ao mesmo tempo que sabemos porque é que o telemóvel está a vibrar, sem o tirarmos da mala. Não fornece muita informação, mas diz através de que aplicação estamos a ser contactados (por exemplo no WhatsApp) e por quem. A juntar a isto, ainda podemos fazer o telemóvel tocar para sabermos onde está ou vice-versa [a distância máxima é a comum dos aparelhos ligados por Bluetooth], ligar e disparar a câmara, entre outras funcionalidades [mas não muitas].

O Guess Connect tem muito bom aspecto: o que experimentei vem com o mostrador em branco, moldurado por dourado com brilhantes incrustados, e é mais pequeno que a maioria dos relógios ditos inteligentes. Não gostei da traseira porque é em plástico [não se vê, mas por 400 euros esperava metal].

Guess Connect
Cores disponíveis.

Parece um relógio tradicional [apesar de continuar a ser muito alto para mim, sou grande mas tenho pulsos de princesa], mas tem um display monocromático muito pequeno no fundo do mostrador que exibe o que se passa no telemóvel de forma simples.

É possível definir padrões de vibração para algumas apps, mas seria preciso decorá-los [e quem é que tem paciência para isso?]. Emparelhar o relógio com o smartphone é muito fácil, mas é preciso uma aplicação própria, e é nela que são escolhidas todas as definições.

Agora vem a parte labrega deste relógio com um aspecto glamoroso: atender chamadas à Dick Tracy! Se calhar o nome não lhe diz nada…
Muito resumido: uma personagem de BD americana todo vestido de amarelo, que era detective e usava um relógio para comunicar. Exactamente, pode falar ao telemóvel pelo relógio!

O único momento em que acho que isto é útil é quando conduzimos [se o carro não tiver Bluetooth], todas as ocasiões em que estiverem outras pessoas são péssimas para a sua privacidade [e de quem lhe telefona]. O pior é que tem de escolher o telemóvel cada vez que recebe uma chamada, ou esta é sempre atendida no Guess Connect.

[Quem é capaz de gostar desta funcionalidade são aqueles jovens que gostam de partilhar a sua música com todos os que os rodeiam, transmitindo uns sons em alta voz e no máximo: seja no autocarro, metro ou até na rua. Mas acredito que este não é o público-alvo da Guess.]

Ainda que 399 euros possa ser um preço absolutamente normal para um relógio da Guess, estas funcionalidades mais smart podem ser vistas como um bónus. Para quem está habituado a coisas realmente smart, que fazem muito a solo, o relógio pode não se justificar em relação a outras ofertas mais tecnológicas.

No entanto, é importante ter em conta que é de longe o smartwatch [menos smart] mais bonito e elegante que já vi.

Deixe um comentário